Refletindo sobre Narciso

Postado por Jéssica Prestes Mendes , terça-feira, 8 de fevereiro de 2011 15:04

Há tempos tenho pensado numa boa critica/comentário sobre a história do homem mais narcisista que já existiu ( se é que existiu ), o tal do Narciso.
O termo, simplesmente, surgiu de um amor não correspondido, ou de uma vingança amiga, ou da vaidade propriamente dita e personificada.
Uma ninfa chamada Eco, tão bela quanto Narciso, amava o rapaz perdidamente e em vão. Narciso acha nele uma beleza tão grandiosa que ousava comparar-se à deuses como: Apolo e Dionísio. Como resultado, o bonitão rejeitou a afeição da bela ninfa, até que esta, desesperada, definhou, deixando apenas um sussurro débil e melancólico. Para dar uma lição ao rapaz frívolo a deusa Némesis condenou Narciso a apaixonar-se pelo seu próprio reflexo na lagoa de Eco. Encantado por sua própria beleza e incontrolavelmente apaixonado pelo seu reflexo na água, Narciso suicidou-se por afogamento.

Freud acreditava que algum nível de narcisismo constitui uma parte de todos desde o nascimento.

Quer dizer que todos nós somos vaidosos e possuímos um amor-próprio exacerbador!
É dificil crer na afirmação, mas se calcularmos quantas vezes já definhamos amores que nos ofereceram e quantas vezes já fomos extenuados com possibilidades impossíveis e platonianas... é, foram muitas vezes!

As pessoas sempre procuram o que lhe é melhor, ou viável, ou relativamente aceitável. Mas o que seria bom?
É uma pergunta que me faço todos os dias.
O que é bom? Quem é bom? Você é bom?

Esse narcisismo descontrolável da sociedade tem transformado o mundo dos nefelibatas, no mundo dos "que aceitam", "que pode ser", conformados.
Vamos sonhar! Vamos viver nas nuvens! Vamos sonhar em outros ares, viver mesmo que no platonismo.
O que alimenta a alma dos seres é o sonho, a fantasia. O que alimentava a fantasia de Eco era sua imaginação, seu querer mais que poder.

Já que vivemos num mundo de narcisistas e que todos nós já somos assim, sejamos, ao menos, sonhadores. Sem pretensão de acontecer, mas com a vontade que torna tudo real.

É o que eu tenho pra dizer hoje, depois de tempos sem escrever volto bombardeando com idéias nefelibatas e aceitando que o nosso narcismo é natural. Não conseguimos largar mão dessa vaidade e desse amor, de querer sempre o melhor ( que nunca chega ). Mas podemos aceitar e viver sonhando com um Narciso. O otimismo vive ganhando batalhas por aí...

Sejamos otimistas!

Beijos!
Jéssica Prestes



Ps.: Flor de Narciso.
Depois de morrer afogado em sua beleza, Narciso virou uma flor exuberante na beira da lagoa.

(Acho que vocês entenderam...)

1 Response to "Refletindo sobre Narciso"

Careli Says:

Clap, clap, clap...
aplaudo de pé, tá que eu sou suspeito a falar qualquer coisa, já que sou completamente encantado pela sua pessoa...
Só pra constar, adorei o jeito que você contou a história do Narciso... hehehe
Nós somos narcisistas a ponto de sempre querer as pessoas as quais achamos que vão nos fazer crescer mais, claro que cada um no seu ponto, alguns procuram no aspecto social, outras no financeiro, eu, por exemplo, me encanto por pessoas que eu sei que vão me fazer crescer como pessoa... eu só discordo de uma única coisa, só viver do platonismo, sem pretensão que as coisas aconteçam, não adianta, viver de ilusão? As vezes você tem que dar um empurrãozinho, dar uma chance pra que o tempo ande, ou não, hehehehe...
bjo, ótima como sempre... cuida-te

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