Quando criança são feitas, nela, as primeiras descobertas. O sabor. A sapientia. Sapientia: descobrir o mundo por mim; pela boca. A boca em mim, maior parte de mim, maior parte de um todo.
Não é à toa que uma criança escolhe conhecer as primeiras coisas da vida pela boca. Mesmo tendo mãos, tendo o tato, este não basta para o total conhecimento das coisas novas, do mundo novo de uma criança!
Parando para pensar, chego à conclusão de que um dos melhores orgãos do meu corpo é a boca. Pelo simples fato de ser moradia do sorriso, e além disso, moradia de todos os sabores que já provei na vida.
É sensível. Sensível ao ponto de não poder tocar outra sem que haja total interação. Corpo e alma em um toque. Não é como tocar duas mãos , ou esbarrar dois ombros. Para que duas bocas se encontrem é preciso que todo o corpo também se encontre.
Por ela também saem as palavras. Por ela se pode manifestar amor, ódio, vida, pode se manifestar o que quiser. Pode ser também sinônimo de sensualidade, de vontades.
A boca chega a ter opinião própria, quase vida própria. Parece um segundo cérebro numa mesma cabeça. É pensante. É determinada. Sabe do que gosta e sabe mais ainda do que não gosta. É decidida. Quando não quer abrir a porta do sorriso, não abre! E também quando tiver de sorrir, não pensa uma segunda vez; não esconde!
É impressionante a quantidade de mistérios e de segredos que estão escondidos dentro de uma boca. Às vezes eu acho que o pensamento é o que minha boca acha ser.
Essa boca é encantadora, se eu pudesse escolher teria a personalidade dela. Segura, determinada, nunca omissa, sensível, de todo romantica.
Juro que ela quer ser a coisa mais importante em todos os rostos que observo.
Porém, perde o posto para o olhar.
Analisando orgaos do corpo, partes do rosto, nada é mais sensivel do que a boca e nada é mais revelador do que um olhar.
A junção dessas duas partes , sem duvidas, é o que me chama mais atenção em alguém. Eu sempre digo que minha mente trabalha demais, que o meu pensamento voa demais, está sempre pensando no que os outros estão pensando... Mas, no dia de hoje, deixo o pensamento racional de lado para, tão somente, falar sobre coisas que eu, simplismente gosto. Sem pensar no que a mente leitora vai achar, sem pensar na critica que um segundo cérebro vai dizer. E disse.