Porcelana

Postado por Jéssica Prestes Mendes , terça-feira, 12 de março de 2013 21:32

Lisa
Límpida
Brilha
Requinte
Esmero
Maestria
Clareza
Delicadeza
Sutileza
Beleza

Graciosidade
Exuberância 

                   Quebrou.


                                                      

Sopro

Postado por Jéssica Prestes Mendes , quinta-feira, 7 de março de 2013 18:17

Não foi choro de tristeza, não foi lágrima de dor e nem, tampouco, soluço machucado.
A lágrima foi de alegria. Em cada gota tinha um sorriso, um sorriso de gostar.
Como não gostar?
Quando uma boca transborda seus ouvidos com confortantes palavras protetoras, 
confortante olhar protetor. 
Eu senti aquele soprinho que vem nas narinas e deixa escorrer,
no mesmo instante, uma lágrima.
Foi choro de alegria.
Como quando você sente leve cuidado.
Como não gostar?
Até o timbre das palavras pronunciadas me arrepiavam as lágrimas que caíam, mas era alegria!
Como não gostar?
Até quando falava e me olhava, ainda mais perto, eu sentia o calor das palavras saindo do quente
da boca e era como um calmante eloquente.
Eu posso me acalmar, e dizer como afirmação a interrogativa:
Como não gostar de você?


Mimo

Postado por Jéssica Prestes Mendes , quarta-feira, 16 de janeiro de 2013 12:37

Se me perguntarem do que eu mais gosto, sem hesitar, vou responder que é do órgão mais complacente, aquele orifício que fecha ao sorrir.
O lugar mais brilhante da alma e que deixa-se perceber o coração.
Aquele que guia as expressões das mais distintas feições; dos mais exímios pensamentos.
Eu mais gosto da cor.
Eu mais gosto de te encontrar.
Mas, eu mais gosto mesmo, é de encontrá-los.
Encontros pequenos pela manhã, de quando ainda estão um tanto sonolentos.
Semi-abertos. Intumescidos de origem. Cheios de sensibilidade.
Por cima da caneca da tarde, sob os lençóis da noite.
Encontros por trás de lentes transparentes.
Gosto de mesmo distantes. Muito mais de perto.
Eu poderia gostar mais de vezes.
Do que eu mais gosto de sentir, são os cílios nas pálpebras.
De tudo que se pode gostar, o que mais me pode ser desejado, esses rotundos.
E se, mais uma vez, me perguntarem do que eu mais gosto, direi: "seus olhos".

Algo sobre a preguiça do amor

Postado por Jéssica Prestes Mendes , domingo, 6 de janeiro de 2013 06:15

Agora eu já cansei. Eu já me cansei e já cansei papéis com a melancolia do dia que termina, aquele céu alaranjado. Logo mais acima, a lua; timida com o sol imponente ainda no céu.
Um céu metade azul anil, metade laranja amarelado. Ou seria amarelo alaranjado?
E eu já me cansei.
O amor traz dentro dele uma preguiça boa. Daquelas que conversam com a gente.
Uma preguiça que bate na porta, ao fim de dia, e convida-nos a levantar desse estado inerte.
Mas, o amor solta um sussurro baixo, quase mudo, como quem continuasse te segurando ali: "Fiquem um pouco mais."
O céu quase já todo pintado de azul marinho. E dois, quase feito um, ainda deitados.
A preguiça, já irritada por não ser ouvida, coloca-se de pé num salto; como se fossemos reagir ao salto.
"Vocês não vão sair daí?" - É o que ela diz.
Mas como soltar? O amor tem tanto de bom para se descativar.
O céu escuro, completo negro e pontilhado. Mas nós resistimos à noite, agora.
Continuamos ali. Presos, preguiçosos de uma morosidade rejeitada até pela própria preguiça. Preguiça que se zangou. Zangou-se da lentidão.
Mas, o amor me avisou que já vai anoitecer.
E anoiteceu.

   

Junquilho

Postado por Jéssica Prestes Mendes , domingo, 18 de novembro de 2012 16:32


E se todas as rosas fossem brancas?

E será que essas rosas deveriam ser enclausuradas?

E como rosa triste, invejando o narciso me sinto na vontade de metamorfosear.

E se essa tal de rosa branca

uma borboleta encontrar? Será?

E se essa tal borboleta de suas cores não gostar?

Não seria tão difícil a borboleta perder suas cores e,

invertendo toda a regra, para o casulo querer voltar.

Mas a rosa branca, a tal rosa triste,

não vai querer deixar.

E basta a borboleta na rosa encostar, para toda essa tristeza acabar.

E como rosa vermelha, acompanhada de cores alheias, sem casulo nem tristeza,

perto da borboleta, é assim que eu quero ficar.

Fuga

Postado por Jéssica Prestes Mendes , domingo, 7 de outubro de 2012 06:49

O dia voa, corre, depressa, muito depressa, depressão.
Quase que não percebe-se o tempo, ou a falta dele, ou o que poderia sobrar do pouco dele.
Daqui a pouco escurece, daí amanhece e escurece, quando notar você já está à beira de um ataque. Ataque dos vivos. O ataque de quem está vivo nessa história de mundo e tempo.
Aqui as horas levam os momentos e arrastam da memória todas as lembranças.
Caos. É o caos do mundo.
Às vezes o que te consome não te faz bem. Nada bem. Consumir é fazer uso de alguma coisa para subsistência própria. O caos consome pessoas no ataque dos vivos. O mundo te consome, o tempo te consome, as pessoas te consomem. Que horas são? É tudo para a subsistência deles, para suprir as necessidades deles.
O caótico é desordenado, confuso, chaos.
Chaos ( caos ) deus oposto de Eros. Eros deus do amor. Chaos, na mitologia, é o deus que produz a vida sem a união dos elementos. O caos é a falta do contato, a ausencia.
Eu vos apresento: O Ataque dos Vivos no Mundo do Caos regado por "nãos".
Os ouvidos quase já habituados com a negativa e as pálpebras mais uma vez fechando, quase que à força. As pálpebras querem que meus olhos afundem na escuridão dos sonhos e na fantasia que todos eles  trazem. Espertas são elas.
E é pra lá que eu fujo.

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Postado por Jéssica Prestes Mendes , quinta-feira, 19 de janeiro de 2012 15:21

E

E se

E se um dia

E se um dia a lua

E se um dia a lua deixar

E se um dia a lua deixar de

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E se um dia a lua deixar de ser assim redonda assim como fica a noite, assim?

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